O dia foi longo como todos esses domingos.
Meus órgãos se contorciam cada vez que o telefone tocava
pensavam que eras tu... mas que sutil engano...
Ao descobrir quem era o estranho que se encontrava na outra linha,
em aguçados impulsos, após minutos, eles se acalmavam.
Todos esses movimentos involuntários me deixaram cansada,
Cansada e enjoada. Pergunto-me agora:
“Cadê tu para cuidar de mim e me abraçar?”
Não vejo mais toalhas quentes, nem chás.
Não vejo também seu sorriso, nem meu sofrimento.
Aquele aperto no peito às vezes volta.
Mas os 8 palmos e meio já morreu,
com toda sua alegria, trancada em longínquos momentos.
Tu me pediste para ser sincera, me pediste para ser forte.
Mas nas palavras de Manuel Bandeira encerro este trote
“Eu faço versos como quem chora
de desalento... de desencanto.”