me perguntam como sobrevivo
andando pelas ruas sozinha
entrando em vilas abandonadas
atravessando fronteiras
me perguntam se não tenho medo
me perguntam se eu não preferiria ter alguém por perto
cada um com seu limite
cada um com seus anseios
viajo como se tivesse nascido para isso
andar de lá pra cá
para dormir cansada e ter uma boa noite de sonhos
viajo com pés que não encontraram um refúgio
viajo com perguntas na ponta da língua
viajo com os olhos bem abertos
cada prédio, cada tijolo
cada montanha
cada árvore, contam histórias
e absorvo todos os parágrafos
preenchendo minhas lacunas
ouvir as súplicas de desconhecidos
trocar palavras de gentileza
sentir o frio do fim do dia
sentir o calor dos encontros
acho que sobrevivo sentindo
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