Monday, September 10, 2007

Momento Interplanetário


Aquele frio terrestre invadia meu quarto,
o único som dentro da limitada caixa onde me encontrava
era de minha caneta e de meu pesado pulso a se arrastar pelo papel.
Através da janela aberta em pequenos centímetros,
eu via a noite nebulosa que escondia em seu manto celeste
a purpurina que ousava brilhar.
Eu procurava um planeta vermelho e um espanador gigante.
De olhos fechados ansiava em sentir ondas quânticas passando
pelo meu corpo, não quisera eu a lambda e sim o início.
Nessa hora estrondosas ondas sonoras matam minha aura sensitiva.
A noite gradativamente mais fria e solitária,
inerte, desconhecida, difusa e surrealista..
Naquela inquietação não vi meu planeta, nem o pequeno príncipe.
As pálpebras se cansavam como velhas,
O dever chamava como um apito,
A cama me esperava como uma esposa,
O tempo corria como um perito,
A cidade dormia sob feitiço,
O guarda apitava como um mudo,
A lua sorria como criança,
O sol já se preparava para brilhar no ocidente... E eu cá, meio lá
pensando em meu planeta e no quão distante deveria ele estar...