Monday, September 10, 2007

Momento Interplanetário


Aquele frio terrestre invadia meu quarto,
o único som dentro da limitada caixa onde me encontrava
era de minha caneta e de meu pesado pulso a se arrastar pelo papel.
Através da janela aberta em pequenos centímetros,
eu via a noite nebulosa que escondia em seu manto celeste
a purpurina que ousava brilhar.
Eu procurava um planeta vermelho e um espanador gigante.
De olhos fechados ansiava em sentir ondas quânticas passando
pelo meu corpo, não quisera eu a lambda e sim o início.
Nessa hora estrondosas ondas sonoras matam minha aura sensitiva.
A noite gradativamente mais fria e solitária,
inerte, desconhecida, difusa e surrealista..
Naquela inquietação não vi meu planeta, nem o pequeno príncipe.
As pálpebras se cansavam como velhas,
O dever chamava como um apito,
A cama me esperava como uma esposa,
O tempo corria como um perito,
A cidade dormia sob feitiço,
O guarda apitava como um mudo,
A lua sorria como criança,
O sol já se preparava para brilhar no ocidente... E eu cá, meio lá
pensando em meu planeta e no quão distante deveria ele estar...

6 comments:

Anonymous said...

Gostei. Seu momento noturno muito bem escrito.

Ivan Bittencourt said...

gostei disso... muito bom mesmo.
Felicidades para você.
Abraços
Até mais.

Anonymous said...

mto bom o texto, infelizmente enquanto vc fica na janela apenas admirando a noite e sua beleza, eu fico em pé com um fuzil pendurado no pescoço cuidando do patrimonio do governo

Marco Aurélio said...

Era um pacato cidadão, sem documento
Não tinha nome e profissão, não teve tempo
Mas certo dia deu-se um caso
E ele embarcou num disco
Foi levado prá bem longe do asterisco onde vivemos
E ele partiu e não voltou
E não voltou porque não quis
Quero dizer ficou por lá
Já que por lá se é mais feliz...

Anonymous said...

http://www.youtube.com/watch?v=x4s62voTc9k

Vênus de Willendorf said...

Bendito seja o pequeno principe

'...Se alguem ama uma flor, da qual só existe uma em mihões e milhões de estrelas,isto basta para fazê-lo feliz."
Não pertenço a este planeta.
Tambem não quero uma flor perecível.
Não quero viver submissa a magnitude de esrelas.
Só quero ser livre.Um cometa errante.Andarilho universal do cosmo.
Utopia.Tenho vivido como buracos-negros.