Monday, May 21, 2007

Notas e Acordes


Meus dedos calejados latejavam!
A noite longa se fez dia
nossos olhares não se encontravam
e meu violão deixado de lado, se entristecia.


Atenuadas, minhas cordas tremiam.
Mudavam de comprimento
a todo o momento...
E da minha canção elas riam


Prometi-te uma bela entonação
Mas o caos me tomou,
o caos me afugentou.
minha realidade virou uma alucinação.


Sunday, May 20, 2007

Sem Contato


O dia foi longo como todos esses domingos.
Meus órgãos se contorciam cada vez que o telefone tocava
pensavam que eras tu... mas que sutil engano...
Ao descobrir quem era o estranho que se encontrava na outra linha,
em aguçados impulsos, após minutos, eles se acalmavam.

Todos esses movimentos involuntários me deixaram cansada,
Cansada e enjoada. Pergunto-me agora:
“Cadê tu para cuidar de mim e me abraçar?”

Não vejo mais toalhas quentes, nem chás.
Não vejo também seu sorriso, nem meu sofrimento.

Aquele aperto no peito às vezes volta.
Mas os 8 palmos e meio já morreu,
com toda sua alegria, trancada em longínquos momentos.

Tu me pediste para ser sincera, me pediste para ser forte.
Mas nas palavras de Manuel Bandeira encerro este trote

“Eu faço versos como quem chora
de desalento... de desencanto.”

Manhã De Outono


A manhã se fez calada,
a trilha sonora cotidiana tomava conta da sala de aula
mas me encontrei em uma silenciosa e cinza exclusão
sentia saudades das cores, só que mesmo presente
elas se faziam tímidas e se escondiam.

A manhã se fez fria,
as inúmeras blusas pesavam no corpo dos estudantes
e abafavam assim, qualquer espontaneidade
e a tentativa de concentração gratuita, nada de amantes.

Em meio a toda bruxaria da Mesopotâmia
nossos corações batiam agressivamente
e nossas mãos tremiam pela paz compulsivamente.

O relógio demorava a completar seus 360°
havia surtos de ignorância, surtos por uma revolução
another brick in the wall não gerou mais tanta convicção

A manhã se fez triste,
triste como os casais separados, e como minha mão longe da sua
ouvindo seu nome saindo várias vezes das bocas colegiais
me vi calada, me vi fria e me vi triste... como aquela manhã