Tuesday, December 04, 2007

a la alfredo

Te passo aquela dor de barriga, a insegurança dos mortais,
o assombro dos filmes de terror, da guerra, do lixo..
Logo não nos acostumamos a viver assim.
Vou me embora para Pasárgada, ou um planeta qualquer,
aquele onde farei as manobras aeronáuticas
mais rápidas como Fernão, voarei na velocidade do pensamento
e escutarei o silêncio ao meu redor como algo novo e vil.
Quando perguntarem de mim, podem responder sem medo:
"Está num mundo só seu, onde ninguém colocou os pés.. O céu lá é verde, existe corações derretidos e quadros surrealistas. Nossa imagem dentro de molduras é defasada e difusa como de quem morre e é esquecido, mas não será atrevimento algum que o farão entrar, amigos!"

Grotesco! - pensei.
Um viva ao fim! - gritei.

Monday, December 03, 2007

retratos do indefinido

Eu acordei com pressa, acordei pronta como quem já acorda vestido.
corri sem pensar, sem olhar para trás e dizer um adeus..
fui podre e carniceiro nas escolhas, quem não é um dia?
te olhava com pena sem entender, viajei mil léguas e não encontrei o que procurava,
mas quando percebi, achei minha réplica.
Deitados na grama não entendiamos o que estava acontecendo naquele momento,
me vi curiosa a cerca de ti, querendo esquentar seu olhar frio e tirar toda tristeza..
Logo o espelho estava em minha frente, eu e minha réplica, ambos com olhares vazios,
ambos calados e misteriosos, escondendo verdades e sentimentos..
Rindo e sorrindo como loucos, como confortados em meio a algo parecido com a paixão.
Dissemos lindas palavras, e me pergunto até que ponto foi sincero?
Quem sabe a mentira te conforta por segundos, mas quem sabe eu seja uma vã sabichona
e tudo que eu escrevo não tenha nexo com o que se passa com minha réplica.
Em todo caso eu gosto do carinho que ela me passa, dos beijos, dos pedidos..
Eu queria mais, só que para tê-la são tantas as armadilhas que teria de enfrentar,
eu queria me acalmar, dormir por meses, conseguir ler como antes.
Como conseguem? Como conseguem viver sem melodramas!