Sunday, May 20, 2007

Sem Contato


O dia foi longo como todos esses domingos.
Meus órgãos se contorciam cada vez que o telefone tocava
pensavam que eras tu... mas que sutil engano...
Ao descobrir quem era o estranho que se encontrava na outra linha,
em aguçados impulsos, após minutos, eles se acalmavam.

Todos esses movimentos involuntários me deixaram cansada,
Cansada e enjoada. Pergunto-me agora:
“Cadê tu para cuidar de mim e me abraçar?”

Não vejo mais toalhas quentes, nem chás.
Não vejo também seu sorriso, nem meu sofrimento.

Aquele aperto no peito às vezes volta.
Mas os 8 palmos e meio já morreu,
com toda sua alegria, trancada em longínquos momentos.

Tu me pediste para ser sincera, me pediste para ser forte.
Mas nas palavras de Manuel Bandeira encerro este trote

“Eu faço versos como quem chora
de desalento... de desencanto.”

3 comments:

Marco Aurélio said...

Eu leio os versos como quem sente, como quem entende.

Anonymous said...

Muitas vezes, Vane, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Vane
É pena que você não sabe não

Anonymous said...

...adorei. nada melhor como ler um poema, conto, texto, entre outros, e se identificar com ele.

"estar sozinho tem até algumas vantagens, além do que, para falar a verdade, em certas horas é melhor não ter ninguém por perto. está cientificamente provado que ficar um tempo sozinho e tranquilo é vital para se manter um estado de espírito saudável, contanto que não se exagere".

"a solidão é e sempre foi a experiência central e inevitável de cada ser humano".

creio que não há quem nunca não tenha se sentido só, absoluta e irremediavelmente só, mesmo caminhando em uma rua apinhada de gente de alguma gigantesca metrópole, ou num teatro superlotado, durante um show de música popular... mas, acredite vane, você nunca estará completamente sozinha, enquanto eu estiver aqui.

amo você, minha pequena.
..
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