Thursday, January 03, 2008

Relógio de Bolso


Esperando sentado, sois obediente.
Permanecendo autista, sois paciente.
Mas se dessas virtudes sois estranho?
Não querendo delas desfrutar?
Grito então, sozinho, à beira de um abismo,
grito até minhas cordas alcançarem infinitas notas
e assim perderem partes de suas veias, se dissipando.
Não escuto eco, não escuto a voz que sai de minhas entranhas,
me percebo morto e vazio,
tão solitário como um corvo
e tão sujo como um abutre.

Esse lugar, essa areia e esse luar
são tão desconhecidos, como você e sua alma.
De longe escuto um tic tac,
ponteiros de um relógio deficiente que me incomoda.
Sinto-lhe em meu ventre, tic tac
o enjôo e a tontura se despertam, tic tac
o calor é insuportável e minha pressão baixa
pede por minutos de sonhos, tic tac
não quero dormir,
não quero alimentar as fantasias tão subversivas
e incompreensíveis que vejo de olhos fechados.
Um gato preto cruza minha frente, 7 anos de azar,
minhas costas ardem, ardem como nunca vi antes!
E das dores nasce um milagre! Asas!
Asas meu irmão, Asas nas costas que minha mãe tanto cuidou.
Asas brancas, feito anjo. Talhadas pela esperança!
Como há de serem talhados meus frutos.
Quero que seja belo, belo como nunca fui..
na gratidão que seja humilde,
no desespero que tenha coragem!
Que meu pequeno ame todas as sinfonias assim como eu as amo.
Com minhas próprias mãos construirei uma ponte,
essa nos levará ao mais sublime e fictício mundo da felicidade,
não sei seu paradeiro, nem sua existência..
mas o farei, para mim e quem mais quiser!

6 comments:

Anonymous said...

muitu boum, lindu dimaiXxX

Anonymous said...

Assas?
Asas?

Vanessa Corrêa said...

pronto homer... perdão!

Leonardo Lotowski said...

anda sem inspiração?

Anonymous said...

Dizem que atingimos a imortalidade através de nossos filhos. É legal imaginarmos eles melhores do que a gente, isso nos traz certa esperança de redenção.

Sujeito da camisa listrada said...

Oh, inebriante ambiente fantástico e surreal! Muito bom!